quinta-feira, 26 de maio de 2016

#III Poesia

Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade 

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria 
que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se 
e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrada na história. 


Drummond querido, vamos conversar. Nessa dança onde ninguém amava ninguém, no final das contas alguém amou? Talvez minha querida amiga Lili tenha se safado, já que no início ela não amava ninguém, mas também pode ter sido a que menos amou, por não ter amado ninguém, talvez não saiba o que realmente sente por J. Pinto Fernandes. Assim é a vida, damos atenção a quem não nos dá à mínima e nos afastamos de quem realmente poderia nos fazer bem. Fico me perguntando se Joaquim se matou por falta de amor, seria uma pena, né? Nessa quadrilha a única coisa que faltou foi reciprocidade, porque se organizasse direitinho, todo mundo poderia se amar... 






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