quinta-feira, 7 de julho de 2016

Como eu era antes de você + Depois de você


E ai abelhinhas atarefadas... 


     Independente do tipo de relação que você estabeleça com uma pessoa, sempre existirá o meu EU antes e depois daquele convívio. Não importa o quão marcante essa relação tenha sido, mesmo que não tenha contribuído em muita coisa, ainda sim existirá um antes e depois.

     A cada vez que lemos um livro, interpretamos de uma determinada maneira. Acredito que os nossos sentimentos, os nossos momentos, os nossos anseios, enfim, tudo acaba influenciando para a interpretação do que estamos lendo.

     Como eu era antes de você, é sem dúvida o meu livro FAVORITO. Grito aos quatro cantos essa afirmativa e já até arrumei uma pequena confusão na faculdade por causa dele, mas isso não vem ao caso. Apesar de ler muitos livros tão incríveis quanto, ainda não consegui encontrar um que despertasse os sentimentos que este despertou em mim. Eu carrego uma visão muito particular sobre o amor. Não me restrito a apenas o amor romântico, mas de todos os tipos. Acredito que apesar de ser lindo, envolvente, ter a capacidade de transformar, ele não é tudo. Ele não é suficiente para muitas coisas, inclusive mudar algo que não faz o seu EU interior feliz.


     Com o lançamento do filme, as discussões a respeito do livro vieram à tona e algumas pessoas até tentaram um boicote ao filme, por associar os tetraplégicos com a infelicidade e não vontade de viver. GENTE, pelo amor. Aposto que não leram o livro e sentiram o quão profundo era o personagem do Will. Percebem quantas coisas ele perdeu depois do acidente, ele deixou de ser feliz consigo mesmo e se não somos felizes com nós mesmo, infelizmente estamos fadados a nos excluirmos cada vez mais e nos boicotarmos por isso. Não estou defendendo o suicídio, estou defendendo a questão do Will não se aceitar no estado que estava, não aceitar ser amado, não se considerar digno e homem suficiente, sem contar nas dores físicas que aos poucos iam acabando com ele.

     O que a própria Lou não percebeu, ou demorou a perceber foi que de todas as tentativas em incentivá-lo a viver, se apaixonar, foi a pior delas. A partir do momento que eles se apaixonaram, reafirmou o sentimento de impotência e incompletude pessoal do Will. Ele a ama e isso eu nunca contestei, apesar de já ter visto alguma pessoas duvidando disso e por amor ele a deixa livre, pois ele não se sente completo e sabe que não poderá ser suficiente para ela. Não podemos fazer outra pessoa feliz a partir da nossa infelicidade e nem sempre o amor será capaz de mudar essa situação.

     Eu amo o livro por esse motivo, ele a ama, mas isso não o transforma, não o faz mudar de ideia. Ele pode não ter mudado por amor, mas por amor mudou alguém, a própria Lou. Ela se tornou alguém muito maior do que ela mesma poderia imaginar, ele fez com que ela olhasse a própria vida com os olhos de outra pessoa. Ele instigou seus sentimentos, seus pensamentos, sua vida. Ele mostrou o quão especial ela era e o que ela poderia fazer com isso.


Alguns erros... Apenas têm consequências maiores que outros. Mas você não precisa deixar que aquela noite seja aquilo que define quem você é.

     Confesso que quando li o livro pela primeira vez, logo assim que foi lançado, eu rezei para que no final eles vivessem o tão sonhado FELIZES PARA SEMPRE, não que isso não aconteça, eles vivem FELIZES PARA SEMPRE, só que do jeito real. Cada um foi feliz com o respeito as suas escolhas. Mas depois percebi que não teria sentido ela transforma-lo, ele aceitar viver e adaptando suas vidas, eles tivessem filhinhos e fossem morar em uma casa maior. Não faz sentido disfarçar as dores, nem as necessidades. Não faz sentido tirar a essência de incapacidade do homem William. 

O FILME 



     Gente, o que dizer deste filme que eu assisti apensas uma vez e já considero pacas???? Rsrsrs’

     Brincadeiras a parte, eu me apaixonei ainda mais. Não saí do cinema com aquela sensação de “SENHOR DEUS, ELES LERAM O LIVRO?”.

     Eles leram o livro e logicamente cortaram o que acharam necessário. Obviamente que eu senti falta da parte do labirinto, acho que isso seria de extrema importância para ajudar os não leitores a entenderem melhor o comportamento e as roupas da Lou. Mas ainda sim, acredito que conseguiu sair tudo bem a pesar desse detalhe. Acredito que parte do sucesso vem da própria Jojo como roteirista do filme e da excelente escolha dos atores para interpretar os nossos personagens favoritos, Emilia Clarke e Sam Claflin.



     Chorei. Chorei de soluçar com o livro. Passei um mês de ressaca literária tentando me entender nesse mundo e entender o livro e com o filme não foi diferente. A trilha sonora contribuiu e muito para os meus sentimentos transbordarem.


DEPOIS DE VOCÊ


     A pedido dos fãs, a nossa autora favorita escreveu uma continuação, um pós ponto final para nossa desamparada Louisa Clark e para ser sincera, mais uma vez a Jojo me surpreendeu e escreveu algo nada menos que incrível.

     A Lou foi ao fundo do poço. Ela ficou devastada com a morte do Will e ela levou muito tempo para superar essa perda. Não vou contar o que acontece no livro, mas tem uma aparição inusitada que contribui para a intensificação da dor da perda e ao mesmo tempo para a superação da mesma. Tem MAGYA na história e já fico imaginando um ator para interpretar o paramédico maravilha que consegue mostrar o significado de amor recíproco e superação de um amor anterior. Ele ensina também que o medo de amar novamente sempre vai existir, mas precisa e tem que ser superado.

     O livro mais uma vez não termina com o ELES VIVERM FELIZES PARA SEMPRE, mas acaba com a vida seguindo em frente como ela tem que ser. A felicidade é uma consequência do viver e você precisa se atirar na oportunidade, afinal elas podem não aparecer novamente e o SE... pode te acompanhar pelo resto da vida.  

     Em Depois de você, você encontra uma Louisa que precisa de ajuda e apesar do dinheiro e as viagens que o Will proporcionou a ela, ainda sim não existe felicidade. A emoção não se perde, pelo contrário continua firme e forte esperando você virar a próxima página e chorar mais um pouquinho. Não sei o que as pessoas têm com livros que não narram o sexo, mas se em Como eu era antes de você, nada passa de um beijinho, em Depois de você, as coisas mudam e as cenas de amor, são puro amor, literalmente.

     As histórias que cruzam a narrativa são os pontos fundamentais para a estruturação da compreensão da construção dos indivíduos. As dificuldades que as pessoas enfrentam com o luto, os problemas em lidar com adolescentes, as divergências no casamento quando um resolver descobrir o mundo que até então era desconhecido, a apropriação de um papel que não é seu, as surpresas e obstáculos que o destino nos impõe, dentre outras coisas.






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