E ai abelhinhas atarefadas...
Independente do tipo de relação que você estabeleça com uma
pessoa, sempre existirá o meu EU antes e depois daquele convívio. Não importa o
quão marcante essa relação tenha sido, mesmo que não tenha contribuído em muita
coisa, ainda sim existirá um antes e depois.
A cada vez que lemos um livro, interpretamos de uma
determinada maneira. Acredito que os nossos sentimentos, os nossos momentos, os
nossos anseios, enfim, tudo acaba influenciando para a interpretação do que
estamos lendo.
Como eu era antes de você, é sem dúvida o meu livro FAVORITO.
Grito aos quatro cantos essa afirmativa e já até arrumei uma pequena confusão
na faculdade por causa dele, mas isso não vem ao caso. Apesar de ler muitos livros tão incríveis
quanto, ainda não consegui encontrar um que despertasse os sentimentos que este
despertou em mim. Eu carrego uma visão muito particular sobre o amor. Não me
restrito a apenas o amor romântico, mas de todos os tipos. Acredito que apesar
de ser lindo, envolvente, ter a capacidade de transformar, ele não é tudo. Ele
não é suficiente para muitas coisas, inclusive mudar algo que não faz o seu EU
interior feliz.
Com o lançamento do filme, as discussões a respeito do livro
vieram à tona e algumas pessoas até tentaram um boicote ao filme, por associar
os tetraplégicos com a infelicidade e não vontade de viver. GENTE, pelo amor.
Aposto que não leram o livro e sentiram o quão profundo era o personagem do Will.
Percebem quantas coisas ele perdeu depois do acidente, ele deixou de ser feliz
consigo mesmo e se não somos felizes com nós mesmo, infelizmente estamos
fadados a nos excluirmos cada vez mais e nos boicotarmos por isso. Não estou
defendendo o suicídio, estou defendendo a questão do Will não se aceitar no
estado que estava, não aceitar ser amado, não se considerar digno e homem
suficiente, sem contar nas dores físicas que aos poucos iam acabando com ele.
O que a própria Lou não percebeu, ou demorou a perceber foi
que de todas as tentativas em incentivá-lo a viver, se apaixonar, foi a pior
delas. A partir do momento que eles se apaixonaram, reafirmou o sentimento de
impotência e incompletude pessoal do Will. Ele a ama e isso eu nunca contestei,
apesar de já ter visto alguma pessoas duvidando disso e por amor ele a deixa
livre, pois ele não se sente completo e sabe que não poderá ser suficiente para
ela. Não podemos fazer outra pessoa feliz a partir da nossa infelicidade e nem
sempre o amor será capaz de mudar essa situação.
Eu amo o livro por esse motivo, ele a ama, mas isso não o
transforma, não o faz mudar de ideia. Ele pode não ter mudado por amor, mas por
amor mudou alguém, a própria Lou. Ela se tornou alguém muito maior do que ela
mesma poderia imaginar, ele fez com que ela olhasse a própria vida com os olhos
de outra pessoa. Ele instigou seus sentimentos, seus pensamentos, sua vida. Ele
mostrou o quão especial ela era e o que ela poderia fazer com isso.
Alguns erros... Apenas têm consequências maiores que outros. Mas você não precisa deixar que aquela noite seja aquilo que define quem você é.
Confesso que quando li o livro pela primeira vez, logo assim
que foi lançado, eu rezei para que no final eles vivessem o tão sonhado FELIZES
PARA SEMPRE, não que isso não aconteça, eles vivem FELIZES PARA SEMPRE, só que
do jeito real. Cada um foi feliz com o respeito as suas escolhas. Mas depois
percebi que não teria sentido ela transforma-lo, ele aceitar viver e adaptando
suas vidas, eles tivessem filhinhos e fossem morar em uma casa maior. Não faz
sentido disfarçar as dores, nem as necessidades. Não faz sentido tirar a
essência de incapacidade do homem William.
O FILME
Gente, o que dizer deste filme que eu assisti apensas uma
vez e já considero pacas???? Rsrsrs’
Brincadeiras a parte, eu me apaixonei ainda mais. Não saí do
cinema com aquela sensação de “SENHOR DEUS, ELES LERAM O LIVRO?”.
Eles leram o livro e logicamente cortaram o que acharam
necessário. Obviamente que eu senti falta da parte do labirinto, acho que isso
seria de extrema importância para ajudar os não leitores a entenderem melhor o
comportamento e as roupas da Lou. Mas ainda sim, acredito que conseguiu sair
tudo bem a pesar desse detalhe. Acredito que parte do sucesso vem da própria
Jojo como roteirista do filme e da excelente escolha dos atores para
interpretar os nossos personagens
favoritos, Emilia Clarke e
Sam Claflin.
Chorei. Chorei de soluçar com o livro. Passei um mês de
ressaca literária tentando me entender nesse mundo e entender o livro e com o
filme não foi diferente. A trilha sonora contribuiu e muito para os meus
sentimentos transbordarem.
DEPOIS DE VOCÊ
A pedido dos fãs, a nossa autora favorita escreveu uma
continuação, um pós ponto final para nossa desamparada Louisa Clark e para
ser sincera, mais uma vez a Jojo me surpreendeu e escreveu algo nada menos que
incrível.
A Lou foi ao fundo do poço. Ela ficou devastada com a morte
do Will e ela levou muito tempo para superar essa perda. Não vou contar o que
acontece no livro, mas tem uma aparição inusitada que contribui para a
intensificação da dor da perda e ao mesmo tempo para a superação da mesma. Tem
MAGYA na história e já fico imaginando um ator para interpretar o paramédico
maravilha que consegue mostrar o significado de amor recíproco e superação de
um amor anterior. Ele ensina também que o medo de amar novamente sempre vai
existir, mas precisa e tem que ser superado.
O livro mais uma vez não termina com o ELES VIVERM FELIZES
PARA SEMPRE, mas acaba com a vida seguindo em frente como ela tem que ser. A
felicidade é uma consequência do viver e você precisa se atirar na
oportunidade, afinal elas podem não aparecer novamente e o SE... pode te
acompanhar pelo resto da vida.
Em Depois de você, você encontra uma Louisa que precisa de
ajuda e apesar do dinheiro e as viagens que o Will proporcionou a ela, ainda
sim não existe felicidade. A emoção não se perde, pelo contrário continua firme
e forte esperando você virar a próxima página e chorar mais um pouquinho. Não
sei o que as pessoas têm com livros que não narram o sexo, mas se em Como eu
era antes de você, nada passa de um beijinho, em Depois de você, as coisas
mudam e as cenas de amor, são puro amor, literalmente.
As histórias que cruzam a narrativa são os pontos fundamentais
para a estruturação da compreensão da construção dos indivíduos. As
dificuldades que as pessoas enfrentam com o luto, os problemas em lidar com
adolescentes, as divergências no casamento quando um resolver descobrir o mundo
que até então era desconhecido, a apropriação de um papel que não é seu, as
surpresas e obstáculos que o destino nos impõe, dentre outras coisas.
Gente, estou boba. Arrasou, Val. Adorei!
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