segunda-feira, 25 de julho de 2016

Cartas de Amor aos Mortos


Autora: Ava Dellaira 

Editora: Seguinte 

Sinopse: "Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.
Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho."


Querida Whitney Houston,

     Gostaria de manter a estrutura do livro que acabei de ler e resolvi escrever para você e contar como foi a minha leitura. Primeiramente, gostaria de deixar claro que escolhi você dentre muitos mortos porque admiro e sou completamente apaixonada pelo seu trabalho. Realmente pra mim não faz diferença as causas da sua morte ou o seu péssimo vício em drogas, nada disso se sobressai ao seu talento dado por Deus.

     Acabei de ler um livro chamado “Cartas de amor aos mortos” e fiquei pensando em você, nas suas músicas. Como o amor pode ser difícil e cego, como podemos ultrapassar os nossos limites por amor e como nos perdemos de nós mesmos por esse sentimento.

     O livro é contado por cartas que a protagonista escreve para grandes personalidades mortas (Kurt Cobain, Judy Garland, Elizabeth Bishop, River Phoenix, Amy Winehouse, Amelia Earhart...). Ela parece saber o que contar a cada um, ela sabe relacionar os acontecimentos da vida dela com as histórias, músicas, poemas, aventuras que cada personalidade deixou como legado.

     A personagem principal, Laurel, é uma menina incrível, inteligente, divertida, amável, interessante, e é uma pena que ela não saiba disso. Faz dois anos que seus pais se separaram, seis meses que sua irmã faleceu e o mesmo tempo que sua mãe foi embora para outra cidade. A vida dela tem sido um grande fundo do poço desde então. Laurel vive com o pai, que também não é o mesmo desde que tudo aconteceu e espera ansiosamente  o dia que sua mãe voltará para casa. A separação dos seus pais se deu por causas comuns aos casais, mas a partida da sua mãe se deu pelo fato dela não estar satisfeita com a própria vida. Ela se sentia presa à família, como se por eles, ela tivesse abandonado os seus sonhos e a vida que tanto imaginava viver. Acrescente tudo isso, a perda de sua filha mais velha.  


     Laurel se sente imensamente culpada pela morte da irmã, mas não posso contar muito sobre isso, não gosto de dar spoiler - mesmo que seja para uma pessoa morta - e isso acaba a trancando em um passado que ela mesma faz questão de não superar. A irmã, May, sempre foi o seu grande espelho. Por ela, Laurel, sempre foi capaz de tudo, tudo mesmo. Eu compreendo o amor dela para com a irmã, sinto o mesmo pela minha.
Quando amamos ficamos cegos, esse é o grande problema de se amar. E quando falo amar, é amar de todas as formas, sem fronteiras. Ela sempre viu a irmã com perfeição, a idolatrou e colocou-a em um pedestal e quando ela morreu esses sentimentos apenas se intensificaram e quando ela descobriu que a irmã não era toda essa perfeição, seu mundo caiu.

     A personagem por si só já vive em uma fase de muitas transformações. Adolescência, primeiro ano do ensino médio, primeiro amor, novas amizades e a tragédia que sua família carregava nas costas. Ela tentou ser quem não era e se camuflou por trás da personalidade que ela idealizava da irmã.

     O livro fala de amizade, amor, perdão, auto perdão paixão, desejos, descobertas, suicídio, abuso sexual, amor entre pessoas do mesmo sexo, de uma forma inteligente, sem muitos detalhes íntimos, porém com toda complexidade de uma cabeça adolescente. É como se conseguíssemos sentir os sentimentos da personagem. Você quer olhar além, você quer ajudá-la a melhorar. Em muitos momentos quis estender minha mãe e puxá-la para um abraço apertado e tranquilo. As dores dela são intensas, são sentidas e o que alivia tudo isso é a sensação de estar contando realmente para alguém.


     A ideia das cartas vem de uma aula de inglês onde a professora pede que cada aluno escreva uma carta para alguém que já tenha morrido. Nas cartas você pode falar o que quiser, desabafar, como se um correio celestial fosse de fato receber as cartas e encaminhar aos seus respectivos  destinatários. 

     Não ficam dúvidas de que eu tenha amado o livro. Sempre tento tirar muitas lições de tudo o que leio e desse não será diferente. Idealizamos as pessoas de acordo com o amor que sentimos. Fazemos uma imagem perfeita, idolatramos e as colocamos em um pedestal e quando essa perfeição é quebrada, quando vemos quem as pessoas são de verdade, ocorre uma quebra de expectativas. Logicamente que não deixamos de amar, ainda mais se forem as nossas famílias, mas que existe uma quebra de expectativas, existe e não podemos nos enganar. Devemos fazer de tudo para enxergar as pessoas como elas são, com seus defeitos e qualidades e acolhe-las com o máximo do nosso amor.

     Aprendi também, que as pessoas morrem, infelizmente, e que consequentemente uma parte de nós morre junto com elas, mas devemos deixa-las irem. Devemos ter os nossos momentos de luto, mas não devemos permanecer neles para sempre. Precisamos aprender a lidar com ele, mesmo que seja sempre tão difícil.

     E foi quando compreendi sobre a morte, que pensei em você e em sua música célebre, I Will Always Love You. A melodia e os versos nos fazem refletir sobre o amar para sempre, independente de qualquer coisa e de reconhecer quando devemos deixar voa ...

Beijos,

Valéria


P.S.: Que tal aproveitar a playlist do livro??? Fiquem à vontade. 
Créditos da playlist: Carolina Ruel 







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