Tradução de Paulo Henriques Britto A arte de perder não é nenhum mistério; Tantas coisas contêm em si o acidente De perdê-las, que perder não é nada sério. Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente. A arte de perder não é nenhum mistério. Depois perca mais rápido, com mais critério: Lugares, nomes, a escala subseqüente Da viagem não feita. Nada disso é sério. Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes. A arte de perder não é nenhum mistério. Perdi duas cidades lindas. E um império Que era meu, dois rios, e mais um continente. Tenho saudade deles. Mas não é nada sério. – Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério. Quis postar esse poema como complemento da resenha que eu fiz aqui pro blog do livro "Cartas de amor aos mortos", pois em muitos momentos a personagem cita a Bishop e esse seu poema célebre. Acho que esse é o grande mistério da vida: nos perder, para nos encontrar. Nos percamos um pouquinho a cada dia para poder nos completarmos e não devemos nos desesperar com as perdas, elas não são um mistério, com o tempo aprendemos a viver com elas. Logicamente que umas vão doer mais que outras, mas perder faz parte da vida.
Sinopse: "Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.
Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho."
Querida Whitney Houston,
Gostaria de manter a estrutura do livro que acabei de ler e resolvi escrever para você e contar como foi a minha leitura. Primeiramente, gostaria de deixar claro que escolhi você dentre muitos mortos porque admiro e sou completamente apaixonada pelo seu trabalho. Realmente pra mim não faz diferença as causas da sua morte ou o seu péssimo vício em drogas, nada disso se sobressai ao seu talento dado por Deus.
Acabei de ler um livro chamado “Cartas de amor aos mortos” e fiquei pensando em você, nas suas músicas. Como o amor pode ser difícil e cego, como podemos ultrapassar os nossos limites por amor e como nos perdemos de nós mesmos por esse sentimento.
O livro é contado por cartas que a protagonista escreve para grandes personalidades mortas (Kurt Cobain, Judy Garland, Elizabeth Bishop, River Phoenix, Amy Winehouse, Amelia Earhart...). Ela parece saber o que contar a cada um, ela sabe relacionar os acontecimentos da vida dela com as histórias, músicas, poemas, aventuras que cada personalidade deixou como legado.
A personagem principal, Laurel, é uma menina incrível, inteligente, divertida, amável, interessante, e é uma pena que ela não saiba disso. Faz dois anos que seus pais se separaram, seis meses que sua irmã faleceu e o mesmo tempo que sua mãe foi embora para outra cidade. A vida dela tem sido um grande fundo do poço desde então. Laurel vive com o pai, que também não é o mesmo desde que tudo aconteceu e espera ansiosamente o dia que sua mãe voltará para casa. A separação dos seus pais se deu por causas comuns aos casais, mas a partida da sua mãe se deu pelo fato dela não estar satisfeita com a própria vida. Ela se sentia presa à família, como se por eles, ela tivesse abandonado os seus sonhos e a vida que tanto imaginava viver. Acrescente tudo isso, a perda de sua filha mais velha.
Laurel se sente imensamente culpada pela morte da irmã, mas não posso contar muito sobre isso, não gosto de dar spoiler - mesmo que seja para uma pessoa morta - e isso acaba a trancando em um passado que ela mesma faz questão de não superar. A irmã, May, sempre foi o seu grande espelho. Por ela, Laurel, sempre foi capaz de tudo, tudo mesmo. Eu compreendo o amor dela para com a irmã, sinto o mesmo pela minha.
Quando amamos ficamos cegos, esse é o grande problema de se amar. E quando falo amar, é amar de todas as formas, sem fronteiras. Ela sempre viu a irmã com perfeição, a idolatrou e colocou-a em um pedestal e quando ela morreu esses sentimentos apenas se intensificaram e quando ela descobriu que a irmã não era toda essa perfeição, seu mundo caiu.
A personagem por si só já vive em uma fase de muitas transformações. Adolescência, primeiro ano do ensino médio, primeiro amor, novas amizades e a tragédia que sua família carregava nas costas. Ela tentou ser quem não era e se camuflou por trás da personalidade que ela idealizava da irmã.
O livro fala de amizade, amor, perdão, auto perdão paixão, desejos, descobertas, suicídio, abuso sexual, amor entre pessoas do mesmo sexo, de uma forma inteligente, sem muitos detalhes íntimos, porém com toda complexidade de uma cabeça adolescente. É como se conseguíssemos sentir os sentimentos da personagem. Você quer olhar além, você quer ajudá-la a melhorar. Em muitos momentos quis estender minha mãe e puxá-la para um abraço apertado e tranquilo. As dores dela são intensas, são sentidas e o que alivia tudo isso é a sensação de estar contando realmente para alguém.
A ideia das cartas vem de uma aula de inglês onde a professora pede que cada aluno escreva uma carta para alguém que já tenha morrido. Nas cartas você pode falar o que quiser, desabafar, como se um correio celestial fosse de fato receber as cartas e encaminhar aos seus respectivos destinatários.
Não ficam dúvidas de que eu tenha amado o livro. Sempre tento tirar muitas lições de tudo o que leio e desse não será diferente. Idealizamos as pessoas de acordo com o amor que sentimos. Fazemos uma imagem perfeita, idolatramos e as colocamos em um pedestal e quando essa perfeição é quebrada, quando vemos quem as pessoas são de verdade, ocorre uma quebra de expectativas. Logicamente que não deixamos de amar, ainda mais se forem as nossas famílias, mas que existe uma quebra de expectativas, existe e não podemos nos enganar. Devemos fazer de tudo para enxergar as pessoas como elas são, com seus defeitos e qualidades e acolhe-las com o máximo do nosso amor.
Aprendi também, que as pessoas morrem, infelizmente, e que consequentemente uma parte de nós morre junto com elas, mas devemos deixa-las irem. Devemos ter os nossos momentos de luto, mas não devemos permanecer neles para sempre. Precisamos aprender a lidar com ele, mesmo que seja sempre tão difícil.
E foi quando compreendi sobre a morte, que pensei em você e em sua música célebre, I Will Always Love You. A melodia e os versos nos fazem refletir sobre o amar para sempre, independente de qualquer coisa e de reconhecer quando devemos deixar voa ...
Beijos,
Valéria
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Sete anos de pastor Jacob servia - Luís de Camões Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia, Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe deu Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos Assim lhe era negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida;
Começou a servir outros sete anos, Dizendo: – Mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta a vida. Para quem não conhece este sonete de Camões, apresento-lhes agora. Sete anos de pastor Jacob servia, é um soneto que dialoga com uma passagem bíblica situada no livro de Gênesis. O soneto está escrito em português (Portugal) e por isso encontra-se algumas diferenças linguísticas, mas não é sobre isso que eu desejo comentar. Quero falar com esse soneto sobre a persistência do amor. Quando amamos verdadeiramente, não existe um prazo de validade para sermos felizes. Jacob trabalhou, trabalhou e trabalhou para conseguir estar ao lado da sua amada e mesmo que tenha sido enganado, não deixou se abater, para ele, esse tempo foram apenas mais alguns dias sem a mulher que ele tanto amava. "Para tão longo amor tão curta a vida": a vida é curta de mais para não vivermos os nossos amores intensamente. O que tiver que ser será e se não acontecer agora, fique tranquilo, em algum momento vai acontecer, afinal, é amor! Não podemos desistir do que nos fazem felizes...
Independente do tipo de relação que você estabeleça com uma
pessoa, sempre existirá o meu EU antes e depois daquele convívio. Não importa o
quão marcante essa relação tenha sido, mesmo que não tenha contribuído em muita
coisa, ainda sim existirá um antes e depois.
A cada vez que lemos um livro, interpretamos de uma
determinada maneira. Acredito que os nossos sentimentos, os nossos momentos, os
nossos anseios, enfim, tudo acaba influenciando para a interpretação do que
estamos lendo.
Como eu era antes de você, é sem dúvida o meu livro FAVORITO.
Grito aos quatro cantos essa afirmativa e já até arrumei uma pequena confusão
na faculdade por causa dele, mas isso não vem ao caso. Apesar de ler muitos livros tão incríveis
quanto, ainda não consegui encontrar um que despertasse os sentimentos que este
despertou em mim. Eu carrego uma visão muito particular sobre o amor. Não me
restrito a apenas o amor romântico, mas de todos os tipos. Acredito que apesar
de ser lindo, envolvente, ter a capacidade de transformar, ele não é tudo. Ele
não é suficiente para muitas coisas, inclusive mudar algo que não faz o seu EU
interior feliz.
Com o lançamento do filme, as discussões a respeito do livro
vieram à tona e algumas pessoas até tentaram um boicote ao filme, por associar
os tetraplégicos com a infelicidade e não vontade de viver. GENTE, pelo amor.
Aposto que não leram o livro e sentiram o quão profundo era o personagem do Will.
Percebem quantas coisas ele perdeu depois do acidente, ele deixou de ser feliz
consigo mesmo e se não somos felizes com nós mesmo, infelizmente estamos
fadados a nos excluirmos cada vez mais e nos boicotarmos por isso. Não estou
defendendo o suicídio, estou defendendo a questão do Will não se aceitar no
estado que estava, não aceitar ser amado, não se considerar digno e homem
suficiente, sem contar nas dores físicas que aos poucos iam acabando com ele.
O que a própria Lou não percebeu, ou demorou a perceber foi
que de todas as tentativas em incentivá-lo a viver, se apaixonar, foi a pior
delas. A partir do momento que eles se apaixonaram, reafirmou o sentimento de
impotência e incompletude pessoal do Will. Ele a ama e isso eu nunca contestei,
apesar de já ter visto alguma pessoas duvidando disso e por amor ele a deixa
livre, pois ele não se sente completo e sabe que não poderá ser suficiente para
ela. Não podemos fazer outra pessoa feliz a partir da nossa infelicidade e nem
sempre o amor será capaz de mudar essa situação.
Eu amo o livro por esse motivo, ele a ama, mas isso não o
transforma, não o faz mudar de ideia. Ele pode não ter mudado por amor, mas por
amor mudou alguém, a própria Lou. Ela se tornou alguém muito maior do que ela
mesma poderia imaginar, ele fez com que ela olhasse a própria vida com os olhos
de outra pessoa. Ele instigou seus sentimentos, seus pensamentos, sua vida. Ele
mostrou o quão especial ela era e o que ela poderia fazer com isso.
Alguns erros... Apenas têm consequências maiores que outros. Mas você não precisa deixar que aquela noite seja aquilo que define quem você é.
Confesso que quando li o livro pela primeira vez, logo assim
que foi lançado, eu rezei para que no final eles vivessem o tão sonhado FELIZES
PARA SEMPRE, não que isso não aconteça, eles vivem FELIZES PARA SEMPRE, só que
do jeito real. Cada um foi feliz com o respeito as suas escolhas. Mas depois
percebi que não teria sentido ela transforma-lo, ele aceitar viver e adaptando
suas vidas, eles tivessem filhinhos e fossem morar em uma casa maior. Não faz
sentido disfarçar as dores, nem as necessidades. Não faz sentido tirar a
essência de incapacidade do homem William.
O FILME
Gente, o que dizer deste filme que eu assisti apensas uma
vez e já considero pacas???? Rsrsrs’
Brincadeiras a parte, eu me apaixonei ainda mais. Não saí do
cinema com aquela sensação de “SENHOR DEUS, ELES LERAM O LIVRO?”.
Eles leram o livro e logicamente cortaram o que acharam
necessário. Obviamente que eu senti falta da parte do labirinto, acho que isso
seria de extrema importância para ajudar os não leitores a entenderem melhor o
comportamento e as roupas da Lou. Mas ainda sim, acredito que conseguiu sair
tudo bem a pesar desse detalhe. Acredito que parte do sucesso vem da própria
Jojo como roteirista do filme e da excelente escolha dos atores para
interpretar os nossos personagens
favoritos, Emilia Clarke e
Sam Claflin.
Chorei. Chorei de soluçar com o livro. Passei um mês de
ressaca literária tentando me entender nesse mundo e entender o livro e com o
filme não foi diferente. A trilha sonora contribuiu e muito para os meus
sentimentos transbordarem.
DEPOIS DE VOCÊ
A pedido dos fãs, a nossa autora favorita escreveu uma
continuação, um pós ponto final para nossa desamparada Louisa Clark e para
ser sincera, mais uma vez a Jojo me surpreendeu e escreveu algo nada menos que
incrível.
A Lou foi ao fundo do poço. Ela ficou devastada com a morte
do Will e ela levou muito tempo para superar essa perda. Não vou contar o que
acontece no livro, mas tem uma aparição inusitada que contribui para a
intensificação da dor da perda e ao mesmo tempo para a superação da mesma. Tem
MAGYA na história e já fico imaginando um ator para interpretar o paramédico
maravilha que consegue mostrar o significado de amor recíproco e superação de
um amor anterior. Ele ensina também que o medo de amar novamente sempre vai
existir, mas precisa e tem que ser superado.
O livro mais uma vez não termina com o ELES VIVERM FELIZES
PARA SEMPRE, mas acaba com a vida seguindo em frente como ela tem que ser. A
felicidade é uma consequência do viver e você precisa se atirar na
oportunidade, afinal elas podem não aparecer novamente e o SE... pode te
acompanhar pelo resto da vida.
Em Depois de você, você encontra uma Louisa que precisa de
ajuda e apesar do dinheiro e as viagens que o Will proporcionou a ela, ainda
sim não existe felicidade. A emoção não se perde, pelo contrário continua firme
e forte esperando você virar a próxima página e chorar mais um pouquinho. Não
sei o que as pessoas têm com livros que não narram o sexo, mas se em Como eu
era antes de você, nada passa de um beijinho, em Depois de você, as coisas
mudam e as cenas de amor, são puro amor, literalmente.
As histórias que cruzam a narrativa são os pontos fundamentais
para a estruturação da compreensão da construção dos indivíduos. As
dificuldades que as pessoas enfrentam com o luto, os problemas em lidar com
adolescentes, as divergências no casamento quando um resolver descobrir o mundo
que até então era desconhecido, a apropriação de um papel que não é seu, as
surpresas e obstáculos que o destino nos impõe, dentre outras coisas.