Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Sinopse: "Quando Tate Collins se muda para o apartamento de seu irmão, Corbin, a fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades. E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo... apesar da armadura emocional que usa para esconder um passado de dor.
O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo. O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e o desejo."
Clichê, tudo o que esse
livro não é. É muito comum, ultimamente, lermos livros que em apenas algumas
páginas já conseguimos decifrar todo o resto da história e sinceramente, esse,
não é o caso. Confesso que comecei a leitura cheia de achismos e todos eles
foram sendo desfeitos ao longo do livro. Conforme eu ia lendo, minhas ideias
iam sendo desconstruídas e a minha agonia em imaginar um final completamente
trágico, já tinha me dominado. Não estou dizendo que não exista um estopim,
afinal os romances precisam disso para se desenvolver, mas essa tragédia é o
início de tudo contada no grande final.
A ansiedade vai tomando
conta a cada nova página, enquanto a autora intercala a narração entre passado
e presente. Gosto desse tipo de narrativa, mas ela exige uma atenção extra para
não nos perdermos nas ideias.
O personagem é complexo?
Sim, muito. Dá vontade de socar a cara dele? Sim, na maioria das vezes. Mas como
conta a história, o nosso piloto maravilha, Miles Archer, experimentou um lado
trágico do amor, ele se culpa ao longo dos anos por uma tragédia que aconteceu
e devida essa tragédia, ele não se permite mais ao luxo de amar novamente, cá entre
nós, amar vorazmente é um artigo de luxo, é algo para quem realmente pode. Para
muitos o verdadeiro amor só acontece uma vez, quando acontece.
Sinceramente, eu consigo
entender o que aconteceu. Não foi um simples acontecimento que pode ser
superado ou apagado do dia para noite. Quando acontece algo e a consequência chega
apenas para nós, é uma coisa, mas quando o problema envolve a vida de outras
pessoas, fica muito mais difícil se perdoar. Acho que essa é a grande sacada do
livro, a incapacidade do auto perdão. A dor é diferente em cada pessoa, não
é porque as pessoas seguem em frente que a dor é menor, não, cada um lida com
ela de um jeito muito particular.
Por outro lado, existe
uma mulher incrível, a Tate, que nunca experimentou esse lado sombrio do amor,
que não tem a menor intensão de firmar um relacionamento e que pretende apenas
se dedicar aos seus estudos, afinal é por este motivo que ela se mudou para o
apartamento do irmão. Mas tudo isso cai por terra, quando ela conhece o vizinho
e amigo de trabalho do irmão, Archer, Miles Archer (adoro esse nome, é tão
sonoro).
Eles tentam manter a
distância, mas é claro, não conseguem. Não acontece um amor à primeira vista,
mas a atração é palpável e incontrolável. Ele tem as regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o
futuro. E ela está disposta a viver um “lance” com total ausência de sentimentos.
Logicamente que isso não dura muito tempo. Ambos vão se machucar, mas no final
das contas as coisas acontecem da forma que tem que acontecer.
Achei o livro realmente incrível,
pois mostra como um homem perdido e assombrado por um passado trágico, pode ser
resgatado para vida. Parafraseando uma parte do livro, a dor sempre existirá,
ela estará lá para sempre, mas irão existir momentos bonitos que de certa forma
compensaram o lado feio. Gosto de leituras onde nem tudo são rosas, que dentro
de toda a beleza de se amar existe os lados feios e sombrios e mesmo que você
tente fugir, eles estarão sempre presentes, pois fazem parte da sua história,
da construção do seu passado.
É sim, um romance
dramático e dos bons...
Depois que o livro se
tornou um grande sucesso, uma chuva de resenhas se espalhou e até um trailer do
filme já foi liberado. Fiquei muito empolgada com tudo, mas depois que li o
livro, percebi que algumas resenhas pareciam ter sido escritas com base em
outra leitura. Li alguns comentários aos quais falavam de um livro complicado,
pesado (de teor sexual) e que o personagem era completamente sem sentimentos,
COMO ASSIM PRODUÇÃO??? O livro tem sentimento pra caramba, é uma história de
amor, já ouviram falar nisso?
NÃO ESPEREM FLORES E “EU
TE AMO” LOGO DE CARA, DE ALGUÉM QUE CARREGA CONSIGO UM PASSADO CHEIO DE DOR!!
Um ponto que me deixou
um pouco em dúvida sobre o filme, que por sinal está demorando mais que a
gravidez de uma Salamandra Alpina, foi o
trailer. Foi liberado ano passado um vídeo promocional, que não chega ser um
trailer, de 1:25min, que eu não consegui sentir a essência do livro. Como toda adaptação,
acredito que fugirá completamente dos sentimentos que a autora quis passar e
irá para um lado muito mais sexual, muito mais carnal. Mas, é aquele ditado: “Vamo
fazer o que?”. O que nos resta é esperar, e esperar, e esperar, e é claro, admirar
a beleza do ator (Nick Bateman) que escalaram para o filme...